Durante longos anos, este dia tinha um significado diferente para mim. Festas, comidas gostosas, família, compras, presentes. ALEGRIA. Beijos no café da manhã. Brigadeiros no almoço.
Só que os anos foram passando e algumas coisas deixaram de existir... e me perguntava, porquê? Era tão bom! Durante as ceias, procurava nos olhos das pessoas, onde estaria aquele antigo natal? O que fizeram com ele?
Então fui entendendo que os adultos fazem de tudo para criar elementos lúdicos para a criança e quando estas crescem, e percebem que algumas das coisas que mais as motivavam quando eram pequenas, não passavam de histórias criadas para satisfazer certas emoções adultas, imputadas e socialmente aceitas e compartilhadas.
O pior de tudo é que, pelo menos comigo, fui descobrindo algumas coisas, como uma pequena fresta de luz que entra pelo quarto. Você passa a ver pouco.. depois passa a ver um pouco mais e assim por diante.
O Natal em minha vida foi meio isso, foi sumindo aos poucos... onde estaria o Natal? Quem acreditaria nele? Porque não tinha mais aquele gosto de peru, com sobremesa de abraços? Será que foi impressão minha, os homens passaram a estar cansados do Natal, ou simplesmente quando criança eu não percebia que já era assim?
Então uma reflexão sobre o Natal achei ser fundamental para minha existência.
Algumas perguntas ficaram sem respostas:
Porque o mundo hoje comemora o Natal, se não acreditam em Cristo? A propósito muitos dizem: Boas Festas e não mais Feliz Natal...
Porque se diz que 25 de dezembro foi o nascimento dEle, se em nenhum lugar existe a exposição desta data? (Nos tempos bíblicos, não se comemorava aniversário, como hoje, então pouco importava a data... mais sim tudo que aconteceu depois daquele dia).
Porque mesmo?
Hoje, sendo cristã, fico feliz porque existe uma data que se fazem referência ao nome de Cristo na humanidade. Fico feliz, mas por outro lado percebo que chegará um dia que até mesmo esta data, será proibida, porque não é ecumênico comemorar universalmente uma única religião (afinal todos têm o direito de escolhas e dizer feliz Natal, pode se tornar uma forma de imposição/agressão para muitos).
Não sei se é impressão, mas as pessoas estão cada vez mais cansadas de discutir religião. E não só religião... política, arte, cultura, padrões sociais e etc etc etc. E eu só lamento.
Acredito que algum momento, o Natal foi criado...inventado, passado de culturas para cultura. Eu não acho que ele perdeu seu sentido, e sim que este tem sido interpretado e recriado ao longo da existência do homem, considerando o momento social que ele está.
Hoje o Natal é que movimenta milhões em torno de todo o mundo. Infelizmente usa-se o nome de Cristo para isso. Mas sempre foi assim... o nome de Cristo é usado para as piores causas neste mundo. Lamentável.
E sobre a fé, bem, eu confesso que também estou cansada deste Natal-alívio de consciência que existe hoje. Presentes, comércio lotado, também não têm sentido nenhum para mim.
Em mim existe a certeza que nasceu Jesus, 100% Deus e 100% homem, de uma virgem. Um milagre. Quando o mundo pára e “comemora” esta data, peço em oração quem um dia possam verdadeiramente senti-la, entendê-la e que possam crer de fato na existência de um Natal, não necessariamente em 25 de dezembro.
Diante de Cristo revelado, uma secreta opnião neutra é impossível. Que me perdoem os que acreditam no culto ecumênico. Acredito no respeito, mas não que todas as religiões são certas. Acredito que só existe uma verdade absoluta, porém várias interpretações dela, dada pelos homens.
A história do Natal de hoje ainda vai dar muito que falar.... um dia, quem sabe, vão dizer que Papai Noel nasceu de uma virgem e que subiu aos céus para fazer presentes para quem se comportar ao longo dos anos.
Graças que Ele prometeu que estaria conosco. Sua lembrança jamais será apagada, simplesmente porque ela é vida nos corações dos que crêem.
Portanto, não duvido: Hoje é Natal!
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
sábado, 6 de dezembro de 2008
4 sacos de leite
Hoje, no supermercado, enquanto estava na fila, uma criança me pediu para comprar 4 sacos de leite. Era para seu irmão que estava em casa.
Senti as lágrimas encherem os meus olhos.
Geralmente olho para quem me pede, e geralmente é dinheiro. Um troco, um trocado para alimentar meu irmão que ficou em casa. Sem pensar julgo. Julgo não existir irmão que será alimentado com os trocados. Na verdade julgo existir irmão, mas não que os trocados irão alimentá-lo.
Usualmente não concordo com “esmolas”. Acho indigno. Acho que ao fazê-la contribuo para a miséria. Estou limpando a consciência.
Mas hoje os trocados não existiam. Existia o leite. As lágrimas. Uma criança com fome.
As lágrimas eram de uma mistura de raiva.. com tristeza.
É complicado falar da situação social do país. É complicado analisar os vetores desta condição.
Sei que doeu. Ver a criança pedir 4 sacos de leite. Doeu ver seus olhos cansados. Menina de uns nove anos, falava como qualquer jovem. Doeu imaginar a fome, que nunca passei.
Indignada as lágrimas caem. São controladas. A idéia é entender o que posso fazer por ela, e por tantas outras...
... não é apenas de compaixão que precisam...
Tenho certeza.
O próximo passo... acho que caberá a mim encontrá-lo.
Senti as lágrimas encherem os meus olhos.
Geralmente olho para quem me pede, e geralmente é dinheiro. Um troco, um trocado para alimentar meu irmão que ficou em casa. Sem pensar julgo. Julgo não existir irmão que será alimentado com os trocados. Na verdade julgo existir irmão, mas não que os trocados irão alimentá-lo.
Usualmente não concordo com “esmolas”. Acho indigno. Acho que ao fazê-la contribuo para a miséria. Estou limpando a consciência.
Mas hoje os trocados não existiam. Existia o leite. As lágrimas. Uma criança com fome.
As lágrimas eram de uma mistura de raiva.. com tristeza.
É complicado falar da situação social do país. É complicado analisar os vetores desta condição.
Sei que doeu. Ver a criança pedir 4 sacos de leite. Doeu ver seus olhos cansados. Menina de uns nove anos, falava como qualquer jovem. Doeu imaginar a fome, que nunca passei.
Indignada as lágrimas caem. São controladas. A idéia é entender o que posso fazer por ela, e por tantas outras...
... não é apenas de compaixão que precisam...
Tenho certeza.
O próximo passo... acho que caberá a mim encontrá-lo.
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