sábado, 29 de novembro de 2008

É tudo um ponto de vista, ou a ponta da vista?


Num mundo em que tudo parece ser um grande cenário... percebo que pouco vivemos o espontâneo. Tudo parece ser criado artificialmente, copiado... as roupas, as casas.. o modo de ser. O que se come, se bebe, aonde se vai... a cor da vida. A vida sem cor.
Pergunto-me se isso faz algum sentido.
Afinal, o que eu escolho, será que escolho mesmo? Será que escolheria o que tenho se vislumbrasse, em fim, todas as possibilidades. Mais ainda..seria possível conhecê-las?
Será que se eu fosse somaliana, escolheria a vida tão diferente que a mesma trajetória resultaria em água ou em vinho?

Poderia alguém ser tão consciente que suas escolhas são de certa forma cartas marcadas, pré-determinadas e ainda assim viver tranqüilo neste mundo?

->Vivemos ou vivem por nós?
->Lutamos ou nos enterram vivos?
->Acreditamos, no que nos contam ou no que verdadeiramente temos fé ao ponto que até ousamos vivê-la?

- escolhem nossas roupas, de fato são lindas até a próxima primavera (e olhe que nem temos primavera);
- escolhem o que pensamos, e achamos bom, porque pensar dá mesmo muito trabalho;
- escolhem o que comemos, onde moramos, o que é bonito, o que é feio, o que vai para lavanderia, UP, New, Zen, Paz, tranqüilidade... carnaval e futebol.

Na escola a criança só copia conceitos, decora fórmulas. Vai cair no vestibular 15 anos depois. E o pior é que elas não costumam reclamar muito. Quando cansam, usam um artifício que se degenera a medida que ganham a idade adulta: as crianças imaginam, sonham, brincam com possibilidades. Tudo bem, algumas sim.. questionam papai e mamãe: porque que EU tenho que decorar isso? Ou preciso mesmo ir para escola hoje? Está chovendo e minha cama está tão quentinha....
Ou se submetem ou levam a escola como quem toma óleo de fígado de bacalhau.

O ser humano tem um grande problema, o que no fundo não deixa de ser uma benção para a existência. Ele esquece com muita facilidade o que vive, e acredito que por isso ele aceita. Acostuma-se. Inala tanta fumaça do cigarro que não sabe mais que o ar é inodoro, pois para ele inodoro É o cheiro do cigarro.

No fim, dizia o sábio Salomão: tudo é vaidade. Pergunto-me para que vivemos se é somente para ter carros, roupas, diplomas, casar, ter filhos e dizer que isso é a felicidade. Acho que o problema não são as coisas que temos, mas as que diariamente acreditamos incansavelmente que TEMOS que ter.

Neste tempo, compreendi que a verdade liberta e tudo que isto implica. Inclusive, atrevo-me a citar que conhecê-la nos faz consciente daquilo que desejamos profundamente ocultar. Descobrimos que somos, desejamos e buscamos a ideologia que deferimos e reprovamos. Entendemos então que não somos nenhuma vítima... e somente aumentamos a lista dos culpados.

Acho que por isso, muitos a ignoram.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

E no principio...

Bem, talvez hoje um pouco mais madura que em um estágio anterior, acabo de abandonar a própria sobrevivência um antigo blog que possuía. Contemporâneo a este, o antigo fora criado buscando outras intenções... tem desenhos de gatinhos... letras de músicas estampadas... palavras de outros autores.
Este, sem muitas pretensões, talvez busque um pouco mais que aquele.
Tenciona a organização externa de idéias, pensamentos e descobertas pessoais, ainda que por inúmeras vezes eu perceba que acabei por inventar a roda (pelo menos assim participarei do processo de sua criação e não apenas a receberei de forma pronta).
Uma forma de guardar um grande momento da vida, em que já percorrendo ¼ da existência pode-se conversar sobre o que viveu.
Também um meio de extrair do interior aquilo que paira, que incomoda, que impulsiona e etc etc etc...
Então: como em todo começo...
Joyce, muito prazer!